Agora quero comentar a notícia publicada hoje sobre o policial que poderá ser punido por dizer... a verdade. A matéria “Polícia investiga policial que diz saber de Rolex” (Folha de São Paulo – 09/10/2007 - Leia aqui - só para assinantes) se refere ao investigador Roger Franchini, que enviou uma carta ao jornal, posteriormente publicada, onde afirmava que os policiais até sabem para onde vão os “Rolex” roubados na cidade, mas que recebendo um salário-base de R$ 568,29 não vão arriscar a própria vida por causa disso. Ele está errado? Segundo o delegado-corregedor Francisco Campos, sim. Afinal, o policial teria denegrido a imagem da instituição.
Ora, o que denigre a imagem da instituição é esse salário de fome, a precarização de seu trabalho, a desigualdade social e a concentração de renda deste País. Hoje infelizmente, o que separa o jovem policial do jovem criminoso é o lado do gatilho em que eles estão.
Talvez o que tenha incomodado a Corregedoria da Política Civil de São Paulo tenha sido outro trecho da carta do investigador. O trecho em que ele critica o governador José Serra por manter a polícia paulista na "miséria há 14 anos".
O investigador já teve que prestar depoimento e admitiu ter escrito a carta. Agora poderá ser advertido, suspenso ou demitido.
Isso é perseguição política! Lei da mordaça! E muita, muita hipocrisia!
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