4 de julho de 2006

“É melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa quer existe”



É por isso que eu amo o Brasil. Apesar da revolta e da insatisfação com o que aprontou a seleção brasileira na Copa do Mundo da Alemanha, o povo já está dando risada da situação. E ir de si mesmo é o melhor remédio. Só o bom humor pode curar qualquer desilusão.

Agora uma coisa nos ajuda muito! Afinal, o Brasil é o país da piada pronta, como diz Macaco Simão. Vejam se não é demais. Estão dizendo por aí que o Parreira, na preleção do jogo contra a França, no intuito de estimular e motivar o time para a partida decisiva, colocou uma música. Sabe qual? A canção EPITÁFIO dos Titãs. Se não se lembra, segue um trecho significativo e o refrão muuuito animador:

“Devia ter complicado menos (!!)
Trabalhado menos (??)
ter visto o sol se pôr
(....)
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier (?!?!?!)
(Agora a melhor parte:)
O ACASO VAI ME PROTEGER
ENQUANTO EU ANDAR DISTRAÍDO” (!!)
(perfeita para o Roberto Carlos – pena que não foi bem assim!!!)


Bom, vemos que o Parreira foi muito eficiente. A música foi perfeita como trilha para a nossa desclassificação. Isso não é uma piada pronta??? É incrível! SÓ RINDO!!!!

Falando nisso, o Macaco Simão contou hoje no rádio que o Manuel, dono da padaria, perguntou a ele: “vocês nos mandaram o Felipão e ficaram com o Parreira. E nós é que somos burros?”. Hahahahahahaha... A-d-o-r-e-i !!!!

Há piadinhas também no Blog do Juca Kfouri, entre elas:
Você sabia que a Seleção Brasileira entrou em campo passando mal?
R: Mas não só. Entrou, também, chutando mal, marcando mal...

É isso aí!!! “Nóis sofre, mas nóis goza!!”

1 de julho de 2006

Pior que perder é merecer perder

Ter razão muitas vezes é terrível. Eu sabia! Só podia dar isso! Não te disse? Olha lá! Já vi tudo! Batata! O amargo gosto da derrota foi sentido hoje pelos 180 milhões de brasileiros que, com olhar perplexo e irritado, viram a sua seleção canarinho, favorita, ser eliminada pela França. Pior que perder é merecer perder. Não ter coragem e vontade de lutar. Há tanto a dizer. Mas na verdade pouco importa. Afinal, estamos voltando para casa completamente frustrados.
A França fez seu melhor jogo na Copa. Foi ela que cresceu frente a um adversário mais qualificado. E o Brasil caiu perante um time que simplesmente queria vencer. A gente sabia que tudo podia dar certo, mas também sabíamos tinha tudo para dar errado. Por que? Comecemos pelos treinos-show, transmitidos pela TV a cabo, ao vivo, em que o time tinha a companhia de milhares de torcedores na sua fase de preparação. Gritos, autógrafos, fotos e euforia – o famoso oba-oba. Muita publicidade, propaganda de cerveja, celular, guaraná, banco, etc. Vender até a mãe! Faturar, faturar, faturar. Passemos a seguir pelas folgas, pelos treinos "descontraídos", rachões e corridinhas sem-vergonha em volta do campo, ao invés de buscar introsamento, testar novas formações, ensaiar jogadas. Atletas (????) completamente fora de forma, sem de ritmo de jogo, titulares absolutos. Houve um sinal. Último coletivo da seleção: reservas contra titulares. Os meninos venceram os intocáveis. Como pode isso? Aliás, como pode um time que quer, como declarou o treinador, chegar a final de um campeonato mundial, não treinar decentemente durante a competição? Não fazer nem um coletivo? Alguém pode me explicar?
Após duas vitórias 'meia-boca', vimos outro time, outro ânimo no jogo contra o Japão. Mas isso não significou nada. Afinal, foi apenas uma soma de coincidências, contra um time desclassificado. Não é? Não, não foi isso. Foi um time que queria vencer. Assim como a França de hoje.
Comprovamos o que todo mundo vinha dizendo: não basta ter o melhor elenco. É preciso ter coração, vibração e coragem. Esse é o principal papel do treinador. Mas não combina com uma confederação de futebol que está mais preocupada com as cifras, com o lucro, com a política e com candidaturas à presidência da Fifa. É por essas e outras que Felipão colocou Portugal entre as quatro melhores seleções do mundo. Eles têm coração. Ou seja, tudo o que nos falta. Já nós ficamos com o nosso 'potencial' – que não ganha jogo, muito menos Copa.
De agora em diante seremos expectadores. Pela primeira vez em 12 anos, ficamos de fora da maior festa do esporte mundial. Ser bom não é tudo. É preciso querer vencer.

Considerações finais...
Nos próximos dias, com a cabeça mais fria, vou postar outros comentários sobre o jogo. Mas já adianto:
Nossa defesa foi perfeita. Parabéns Lúcio, Juan, Dida e Zé Roberto – este sim, o quadrado mágico.
Um nó na garganta.
Parreira é uma mula.
CBF é a principal responsável pela derrota.
Saudades do Felipão...


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A seguir algumas coisas que eu já tinha escrito para o Blog antes do jogo. Perderam um tanto o sentido. Mas fica o registro.


Muuuuuuuuuito assunto acumulado e pendente. Lamento. Correria louca, insana, preguiça e muitas coisas para fazer. Enfim, vamos ao que interessa.

Cobertura
Copa do mundo. Só se fala disso mesmo. E este ano temos a oportunidade de acompanhar pela primeira vez a cobertura através dos Blogs. Olha, vale a pena! Aqueles que tenho acompanhado mais de perto são os de Juca Kfouri e Soninha, mas sei que têm outros tão bons quanto. A Copa dos Blogs, que não limitam seus escritores à tensão rígida dos caracteres, não impõem limites e temas. Embora, é claro, sejam patrocinados, remunerados. Mas acho que, salvo muita ingenuidade de minha parte, os tais Blogs só têm graça se, ao menos, parecerem realmente não editados, não supervisionados, não tolidos. Que assim seja por um bom tempo! Vamos ver até quando isso resiste assim.

Ser jornalista tem suas vantagens (tinha que ter alguma, né?). Deve ser massa demais acompanhar uma Copa, mesmo se matando de trabalhar. Estar 'in loco', presente, participante. Deve ser sensacional! Assistir aos jogos no campo, sentir a torcida, ouvir o som do chute certeiro (ou não), da bola correndo no gramado, do apito, daqueles segundos de silêncio, intermináveis, que existem entre o chute e o balançar das redes, a explosão de alegria. Além de ter a chance de perceber plenamente a capacidade de comunhão dos povos, através do esporte mais popular do mundo. Um dia eu vou à Copa! Se não a trabalho, por prazer – melhor ainda!!!

Constatação de Idade e de significado
Essa semana ouvi no rádio uma informação que não tinha me dado conta. Estamos todos nós sonhando com uma revanche contra a França. Aquele fatídico jogo em 1998 foi, infelizmente, inesquecível. Quanta frustração, tristeza, revolta. Não me recuperei e pra sempre vamos discutir sobre isso (e, no meu caso, xingar o Zagallo). A informação que ouvi foi que de nosso quase-herói Robinho tinha apenas 14 anos naquele jogo. Nem sonhava em um dia jogar com Zidane e ter a oportunidade de nos vingar, de devolver aquela derrota de gosto amargo – num prato frio, como deve ser. Isso me deixou impressionada com a passagem do tempo. Como pode? Para mim parece que foi ontem. Lembro tão bem do clima, dos dias que antecederam e de tudo que aconteceu. Além, é claro, dos anos que passamos falando sobre aquele jogo. Será que a caberá a quem não tem nem ao menos idade para avaliar a dimensão do significado desse embate para o coração dos torcedores, nos presentear com a redenção!!! Tomara! Ronaldo merece essa vitória, o Brasil merece, eu, você (menos o Zagallo – hehehe). Pedaaaaaaaaaaala, Robinho!!

Jogos passados em branco
Aproveito para fazer uma breve análise dos jogos passados (em branco) aqui no Blog. O Jogo contra a Austrália novamente deixou claro que o velho (e retranqueiro) Parreira estava de volta. Ronaldo começou a redimir, que bom! Ele é essencial e pode estar gordo, mas não perdeu o faro de gol.
Contra o Japão, além da surpresa reservada por Parreira – com a escalação de muitos dos “reservas-que-deveriam-ser-titulares”, tivemos uma melhor atuação do Ronaldo, embora semi-morto no final do jogo.
Aqui vale um comentário maldoso: o Zico (coitado) não tem jeito. È “zicado” mesmo!!! Qual será a origem da palavra “zica”, deveria ser ele – não faltaria significado. Maldade, eu sei! Mas sejamos realistas. Copa de 1978 – Zico jogou. Copa de 82, Zico jogou. Copa de 86 – nem preciso dizer. Copa de 1998 – lá estava ele, na Comissão Técnica.