8 de fevereiro de 2012

O trabalho de parto do meu site


Nesta semana, as meninas do Mamatraca convocaram uma blogagem coletiva sobre maternidade e internet e propuseram que fizéssemos um relato de parto de nossos Blogs.

Pois muito bem. Eu posso dizer que estou em pleno trabalho de parto! As primeiras contrações começaram há pouco tempo, com a ideia de criar um site sobre maternidade que tivesse um foco na questão da humanização do atendimento ao parto (que é mais do que, simplesmente, falar sobre "parto humanizado" - já, já a gente fala sobre isso lá!), com informações e opiniões sobre o tema. Mas não só.

Quando o Cara de Mãe vier ao mundo, vai falar sobre gestação, parto, pós-parto, amamentação, saúde, educação, lazer e todas as demais dúvidas existenciais das mães. Como enxoval, uso de fraldas descartáveis ou de pano, festinhas alternativas, decoração etc. Sempre tentando fugir um pouco do senso comum, trazendo um olhar mais reflexivo sobre esse mundo materno.

Neste momento, as minhas contrações estão mais ritmadas, mas ainda consigo sorrir (quem já pariu sabe de que momento estou falando). Acho que ainda levo mais um mês para o tão incrível momento do nascimento. Quero pegar esse meu novo filho nos braços, aconchegá-lo, sentir seu cheiro, seu calor.

Vamos nos conhecer e descobrir nossos desafios - como acontece sempre.

Uma coisa é certa, ele está chegando na sua hora, sem pressa, como deve ser, naturalmente...

Se vier dor, como de costume, certamente há de vir também muito prazer!!!


Bjbj

3 de fevereiro de 2012

EU QUERO SER FELIZ AGORA!

Hoje foi um dia muito especial e gostoso. A participação no Programa Mulheres foi muito massa e a melhor parte, sem dúvida, foi conhecer e bater papo com as queridas meninas do Mamatraca e do Uma Mãe das Arábias.

Imagine um monte de mulheres/ mães/ blogueiras (lê-se falantes...rsrs) juntas. Muito bem, então você já deve supor que a gente falou pelo cotovelos, trocou mil ideias, deu risada e se divertiu muito.

A Katia Fonseca (apresentadora) é uma fofa e o papo sobre mães blogueiras fluiu super bem e até conseguimos disfarçar o nervosismo. Hehehe...

Falamos sobre a "blogosfera materna" e as nossas experiências. Falamos também sobre como a internet tornou-se um espaço delicioso para compartilharmos vivências, dúvidas, angústias e combatermos aquela pontinha de solidão - tão presente no pós-parto, não é, não? Enfim, foi muito gostoso!

Eu falei um pouquinho do meu novo projeto: o site Cara de Mãe (que já está no ar - com o contato para sugestões (contato@carademae.com.br) e com lançamento oficial marcado para março).

Quem quiser acompanhar as novidades sobre o lançamento pode curtir a nossa página no Facebook e seguir a vontade lá no Twitter (@carademae)!!!

Ah! As meninas ficaram de me mandar as fotos dos bastidores para eu postar aqui e em breve coloco também o videozinho, fechado?

Minha alma traduzida
Aí, como o universo conspira em nosso favor mesmo, quando eu estava voltando para casa, ouvi essa música linda do Oswaldo (que é trilha sonora da minha vida, fato!), na pegada: "tudo-a-ver-com-o-meu-momento". Aí queria dividir com vocês. Olha que massa!



Nunca se permita desacreditar e não deixe que façam isso com você!!


Bjbj

@danielemoraes


2 de fevereiro de 2012

Nesta sexta no Programa Mulheres

Nesta sexta (03/02), a partir das 14h, vou participar de um bate papo no Programa Mulheres (Canal: 11/ NET: 21/ Sky: 225) sobre mães blogueiras - com convidadas muito bacanas!!!

A pauta é sobre as mães que têm blogs, participam de listas, trocam informações, experiências e opiniões sobre maternidade, saúde, filhos, educação etc. e até fazem dessas iniciativas seus negócios.

Devem participar do Programa:

- Daniele Moraes (Eu... rsrs): para falar da coluna no Blog Papo de Berçário e do meu novo projeto, que será lançado em março, e vai se chamar "Cara de Mãe" (aguardem!!!).

- Anne Rammi e Caroline Passuelo: blogueiras super experientes, que tocam um projeto bacanérrimo chamado "Mamatraca" (vejam, é demais!)

- Barbara Saleh: autora do Uma Mãe das Arábias - um blog muito legal, que compartilha experiências dessa mãe e de muitos colaboradores geniais (visitem!).


Quem puder assistir, depois passa aqui para comentar o que achou, combinado?

Bjbj

Dani
@danielemoraes

1 de fevereiro de 2012

Notícia triste – algumas considerações

Foi noticiada hoje no Portal G1 (leia aqui) a morte de uma mãe após um parto domiciliar na Austrália. Mortes maternas são sempre chocantes e tristes, em qualquer circunstância. E é aí que devemos colocar alguns pingos nos “is” e refletir.

A primeira coisa que me vem à mente diante do fato é: pessoas morrem. Mães, pais, avós, tios, médicos a até filhos morrem (o que definitivamente não deveria ser permitido!!). No entanto, as condições em que essas mortes acontecem parecem que determinam o seu caráter trágico. E as pessoas morrem em casa, no hospital, na rua, na igreja. Sendo que por vezes nada pode ser feito. Portanto, seria interessante saber exatamente o que causou a morte dessa moça, antes da tentadora e contestável conclusão de que “se ela estivesse em um hospital, isso não teria acontecido”.
Quando uma morte materna acontece fora de um ambiente “seguro como um hospital”, isso vira, inevitavelmente, manchete de jornal. Agora, te pergunto: quantas e quantas mães morrem em hospitais pelo mundo após o parto – normal, natural, cesáreo? Mas isso só vira notícia quando encontra eco em sociedades cesaristas como a nossa – onde partos normais já são raríssimos (para quê arriscar?), que dirá partos domiciliares?

E aqui vale dizer que parto domiciliar não é parto desassistido e que enfermeiras obstétricas (parteiras nos dias de hoje) são plenamente capacitadas para esse atendimento, estando devidamente autorizadas pelos conselhos de enfermagem. Portanto, não há nada de transgressor nisso. Especialmente, por que esse tipo de parto é indicado apenas para gestantes de baixo risco – o que não quer dizer nenhum risco, ok? Viver é um risco, certo?
A exploração da notícia e o reforço do imaginário popular de que parto normal representa um perigo à mulher é que é a grande tragédia por trás da notícia. Afinal, fatalidades podem acontecer em qualquer ambiente, em hospitais, inclusive, em partos naturais, normais ou em cirurgias eletivas.

O parto possível

Quando comecei a me interessar pelo assunto “parto” eu tinha convicção de que essa era uma escolha da mulher. A ela deveria ser dada autonomia e informação necessárias para que decidisse. Ainda acho isso. Entretanto, o que eu não suspeitava era que o poder de escolha das mulheres na atualidade fosse praticamente nulo. Uma vez que a maioria é levada a crer que está no comando da situação, quando na verdade já tem destino certo: a cesariana.
Nunca é demais ressaltar que o parto cesáreo foi uma importante conquista da humanidade, impedimento de muitas perdas de mães e bebês. Estamos tratando aqui, no entanto, da banalização deste procedimento (invasivo e arriscado), por sua realização desnecessária – baseada em indicações equivocadas ou conveniência. Estamos discutindo o fato de aproximadamente 90% dos nascimentos em hospitais particulares da capital paulista, por exemplo, serem realizados por parto cirúrgico. Isto não é razoável nem compreensível, não é mesmo?

Acima de tudo, o que me levou a conhecer o movimento de humanização de atendimento ao parto foi a minha indignação diante das dezenas e dezenas de relatos de parto que li na internet em que as mulheres contavam as justificativas dadas por médicos “respeitabilíssimos” para a indicação da cesariana. Vi, lendo e relendo essas histórias repetidamente, que as mulheres são constantemente enganadas, trapaceadas e cerceadas, de maneira vil, do direito maior sobre seu próprio corpo. São levadas a crer na sua incapacidade de colocar no mundo os filhos que elas geraram. E isso é muito triste.

Assim, comecei a pesquisar. Queria saber quando de fato uma cesárea é necessária. Entre tantas histórias, descobri, por exemplo, que circular de cordão (cordão umbilical enrolado no pescoço do bebê) não impede o parto normal; que diabetes gestacional também não; que “bebês grandes” menos ainda; e que todas as mulheres “têm dilatação” – o que não se tem é habilidade, paciência e desejo de esperar pelo processo fisiológico e, não patológico, de dar à luz. Assim, muita gente é manipulada e levada a acreditar que escolheram o melhor para si e para seu bebê – o que em muitos e muitos casos não é verdade.

Grande parte dos médicos obstetras brasileiros, por má formação, limitação cultural ou em alguns casos até má fé, não está preparada para acompanhar um parto normal nem convencida do grave problema que é a banalização da cesariana.

Portanto, se você está grávida, deseja um parto normal e tem dúvidas sobre a conduta do seu médico, não hesite! Procure se informar sobre a taxa de partos normais atendidos por ele. Questione se tem “um dia exclusivo para cirurgia” na agenda semanal do consultório. Converse sobre o tipo de parto que você deseja (o profissional não pode negar-se a tratar do assunto). E por fim tenha consciência de que “parto normal” não é tudo. Há que ser humanizado – acima de qualquer coisa (Sobre isso leia: Humanizado ou não, eis a questão).

Hoje tenho convicção total de que há muito a ser modificado na sociedade brasileira e até mesmo no meio acadêmico – em relação à formação médica – para que a mulher de fato possa dizer-se dona de seu próprio corpo e responsável consciente de suas escolhas. Até lá o que nos resta é tentar buscar atalhos para que conosco seja diferente e alertar para essa realidade, informar, replicar e sempre dizer: o parto normal é possível, sim! Mas, se você quiser, terá que lutar por ele. De minha parte garanto: vai valer a pena! Mulher nenhuma deveria privar-se de viver essa experiência absolutamente deliciosa e avassaladora.

(Publicado originalmente no Blog Papo de Berçário - dia 01/02/2012)