7 de novembro de 2007

Capitalizar é preciso...

Vejam a nota publicada na Coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, hoje (07/11):

"COM FOTO É MAIS CARO
E a Universidade do Planalto Catarinense, de Lages (SC), está vendendo "ingressos vip" para uma palestra de FHC no dia 23. Por R$ 100, é possível assistir à exposição. Se pagar R$ 500, o ouvinte ganha o direito de almoçar, tirar fotos e ter "uma conversa direta" com o ex-presidente".


Eu preciso comentar?
Ok. Só digo uma coisa ... ou tem alguma coisa errada no mundo ... ou eu sou meio 'E.T.' e jamais me adpatarei à ele!

6 de novembro de 2007

É a voz da massa...

“É a voz da massa, que vai na raça...
É a voz da massa, que vai cantar em coro no meu samba...”
(Gabriel Moura e João Carlos Silva Filho/ Intérprete: Seu Jorge)

Comentário de hoje. Há muito descobri que o jornalismo pode ser cruel. Diriam alguns professores antigos que deve ser assim. Mas eu discordo completamente. O nosso papel não é julgar. E essa é uma moral pessoal não profissional apenas.

Entretanto, é só o que se faz hoje. Tratarei agora especialmente da Folha de São Paulo, que produz quase que tão somente uma crônica (geralmente ácida) da vida cotidiana. Não publica sequer uma pequena nota que não tenha ali uma maldadezinha de fundo. É incrível. E acham que estão praticando o “bom jornalismo”.

Talvez seja por isso que as tiragens mais expressivas de sua história não tenham ultrapassado os 1.117.802 exemplares – no dia de lançamento dos fascículos do "Atlas Folha/The New York Times", que bateu recorde de tiragem e de vendas na história de jornais e revistas do País. Hoje a Folha tem circulação média de 299 mil exemplares em dias úteis e 370 mil aos domingos. É claro que o Brasil está longe de ser um País de leitores. Mas não nos esqueçamos de que, só no estado de São Paulo (não o jornal, tá? Hehehe...), temos mais de 37 milhões de habitantes. Ou seja, um potencial totalmente desperdiçado!

Sinal de que esse tipo de jornalismo não contribui, não acrescenta e não atrai. Afinal, os iguais só falam aos iguais. Por isso, não assino mais nenhum jornal de circulação nacional. Leio, por obrigação e necessidade, mas não assino.

Espero que um dia surja um veículo de comunicação capaz de informar, instruir e utilizar sua força política – inerente ao “4º poder” – para defender os interesses da população brasileira. Não é fácil, afinal ela é demasiadamente heterogenia. Mas já há minoritariamente quem defenda a maioria. E eu pergunto: quando será que a mídia “alternativa” de massa (olha a contradição) se fará ouvir?

Nesse dia, aposto, descobrirão que na realidade o povo não “gosta de fofoca”. O povo gosta é de respeito e o “bom jornalista” deveria começar respeitando a independência ideológica de cada leitor e não buscar mais uma ovelha para o rebanho.

26 de outubro de 2007

Há Momentos

Para o dia de hoje, que não foi dos melhores, um alento de amor ...
Obrigada, Cá!!!

"Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
Porque um belo dia se morre".

Clarice Lispector

22 de outubro de 2007

HOJE TEM UM MONTE DE GENTE FELIZ!!!

A notícia feliz de hoje vale um Post mais que especial! Afinal, mais um serzinho iluminado está chegando para mudar as nossas vidas, para nos ensinar e aprender conosco.

Acho eu que a prática do Amor é a conduta perfeita para colocar em ação todas aquelas “decisões” do tipo “quando for minha vez vou fazer tal coisa”. E "chegou a hora" para duas pessoas queridas experimentarem isso. Eles a partir de agora assumem uma baita responsabilidade: a de moldar um caráter, lapidar um cristal, conduzir um ser humano em seus primeiros e decisivos passos.

Tenho certeza de que vão dar conta e, mais, vão se divertir e fazer todo mundo ainda mais feliz!! Ah!! Além disso, esses dois têm agora tudo que uma família PERFEITA precisa: mamãe, papai, filhinho (a), cachorro e “papagaio” (calopsita também vale!!!!)!

Bia a Rô, muita saúde para família linda que vocês estão construindo! É muito bom participar e curtir junto com vocês esse momento inesquecível!

Parabéns e obrigada pelo meu SEXTO (A) SOBRINHO (A)!!

Seja bem-vindo (a), querido (a)!!!

Todos esses tios que você terá já estão aqui babando e te esperando!!

20 de outubro de 2007

Super-poderosa-florzinha-em-ação!!!


Fica aqui o registro de um momento muito feliz e especial. Como é bom ter com quem compartilhar ideais, sonhos, amor, amizade e, principalmente, ATITUDES!!!

Vale explicação para quem não entendeu nada:
Foto tirada pelo celular (por isso a falta de qualidade) da palestra da

Dra. Juliana Ferreira (MINHA irmã de coração!!) sobre Cidadania e Direitos,
durante o Curso de apoio às Gestantes do Grupo
de Voluntariado Augusto Cezar Netto!


Juju, querida, mó orgulho, irmãzinha!!! Essa é uma “menina de ouro”!!
Obrigada por TUDO e, especialmente, por ser quem você é! TE AMO!!!

É isso aí, pessu! Amor em ação!!!

11 de outubro de 2007

Ao mestre com carinho ...

Sempre me senti envergonhada por saber tão pouco sobre ele. Cada vez que descobria um novo livro, tese, artigo, outro amigo ilustre (e intelectual), sentia-me mais inconformada com minha ignorância. Por isso, de certa forma, o texto que hoje publico aqui será para mim uma forma de humilde redenção.

O texto a seguir foi escrito originalmente para o Portal da CONTEE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), onde trabalho atualmente, em função da comemoração do Dia do Professor. E, por isso, não poderia deixar de citar nesta história um personagem importante dela: o professor Alfredo Gomes, meu avô.

Cresci ouvindo dizer que ele havia sido um grande educador, professor renomado, escritor brilhante. Nome de rua e escola em São Paulo e dono de uma biblioteca particular imensa – da qual herdamos uma parte, que meus olhos de criança achavam sem fim. Sei também que recebeu uma merecida homenagem, já doente, no dia em que tomou posse da cadeira 38 da Academia Paulista de Letras. Desta ocasião temos uma foto linda e feliz, que prometo mostrar em breve por aqui.

Também sobre ele, ouvia na infância coisa que me causava grande estranheza: a exposição de seu “busto” como peça do acervo permanente da Pinacoteca do Estado. Tenho, até hoje, poucas informações e algumas impressões nebulosas sobre esse homem, em que ora me identifico no olhar “bravo” da família.

Mas de todas as histórias a que mais me comoveu foi um “recado especial” que recebi de um colega dele: o escritor Paulo Bomfim, agora com 80 anos. Talvez o contato – ainda que indireto – mais profundo que tivemos. Ao redigir-me uma dedicatória no lançamento de seu último livro, escreveu: “Para Daniele, entre a saudade e a esperança. Paulo”.

Por isso, mais do que um breve resgate histórico de algumas origens, fica o registro pessoal do meu carinho e admiração, vovô.

Um beijo da sua neta!


Dia do professor: a história da comemoração

Por Daniele Moraes

Comemorado mundialmente no dia 5 de outubro, no Brasil o “Dia do Professor” é festejado em 15 de outubro. Instituído nacionalmente por meio do decreto Nº 52682, assinado pelo então Presidente da República João Goulart, em 1963, a data já era comemorada havia muito tempo. O primeiro registro histórico da celebração dada de 14 de maio de 1930, quando a III Semana da Educação, realizada na cidade de Bragança Paulista (interior de São Paulo), institui em seu programa de atividades o “Dia da Escola”.

Apesar da longa história em torno do Dia do Professor, poucos conhecem a origem desta homenagem e tão pouco as razões da definição da data. Tudo começou nos anos 30, quando diversas iniciativas foram tomadas por grupos de professores católicos. Comemorações como a festa do “Nosso primeiro Mestre”, lançada pela Associação de Professores Católicos do Distrito Federal (então, no Rio de Janeiro) ou o “Dia da Mestra”, instituído também no Rio pelo Departamento de Ensino Primário.

O 15 de outubro foi escolhido originalmente por ser a data evocatória de Santa Tereza d’Ávila. A santa, nascida em Ávila, na Espanha, e falecida em 1582, foi associada aos docentes por serem em sua maioria mulheres (e católicas). Além disso, Tereza d’Ávila também era conhecida pela notável inteligência, comparada, em seu tempo, a dos doutores da Igreja, e reconhecida por títulos religiosos e como “Padroeira dos Professores”.

No início da década de 30, as primeiras comemorações já aconteciam, mas sem grande repercussão, quando, em artigo publicado no “Jornal de São Paulo” (de 10 de outubro de 1946), o professor Alfredo Gomes (ex-presidente da Associação Paulista de Professores Secundários e da Sociedade Beneficente de Professores e Auxiliares de Administração e também diretor de entidades de classe como a União de Professores de Educação e Ensino e Associação Paulista de Educação) lança a Campanha pela oficialização do “Dia do Professor” a 15 de outubro, no Estado de São Paulo.

A Campanha esclarecia que, além da associação religiosa, a data possuía riqueza histórica. Afinal pode-se dizer que neste dia foi instituído o ensino público no Brasil, por decreto Imperial de D. Pedro I, em 1827. O referido documento assinado pelo Imperador ordenava a criação de escolas de “primeiras letras” (alfabetização) em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império.

Em 1947, formou-se, então, a “Comissão Pró-Oficialização do Dia do Professor”, com intensa atividade de mobilização no Ministério da Educação, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e na Secretaria de Educação. Em 13 de outubro de 1948, o Projeto foi transformado na Lei estadual nº 174.

A conquista paulista correu o País e quase todos os Estados aprovaram leis instituindo o feriado escolar do Dia do Professor em 15 de outubro. A partir daí, iniciou-se o trabalho pelo reconhecimento nacional da homenagem, por meio de decreto federal.

Em um trecho do Memorial enviado ao Ministro da Educação, solicitando a declaração de feriado escolar nacional, o professor Alfredo Gomes argumentou: “Se o professor é o generoso semeador de idéias que permitem o conhecimento da vida e acendem, no espírito, o sagrado fogo da esperança; se ele é quem faz e estimula vontades e caracteres; se é ele fator primacial na formação moral e intelectual das novas gerações, torna-se elementar ato de justiça e reconhecimento, homenagear sua missão pelo muito que representa para a Cultura e para a própria Nacionalidade”.

Finalmente, apenas em 14 de outubro de 1963, a data foi reconhecida nacionalmente. Passados quase 60 anos da primeira Lei estadual que instituiu a comemoração, podemos notar que o sentimento que motivou grandes educadores a lutar pelo reconhecimento do professor guarda incríveis semelhanças com as lutas atuais, sempre no anseio de contribuir com o desenvolvimento e o fortalecimento do Brasil.

Destacando seu idealismo, em ofício enviado ao Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, o professor Alfredo Gomes exalta novamente a docência, refletindo: “Que é o professor, senão símbolo, senão exemplo? Símbolo da abnegação, exemplo de vocação humanitária! Símbolo da renúncia, exemplo da paciência! Símbolo do sacrifício, exemplo de heroísmo! Símbolo de amor, exemplo de consciência! Símbolo do sentimento, exemplo de idéias! Símbolo tranqüilo, exemplo de modéstia! (...) Benfeitor de gerações que se sucedem, da pátria que prospera, da humanidade que segue seu destino em busca de felicidade!”.

Hoje, quando enfrentamos tantas adversidades e quando nos deparamos com quantos desafios e dificuldades, é reconfortante conhecer essa história, que resgata o orgulho do profissional e ressalta o valor individual de cada trabalhador e a força coletiva de nossos educadores. A luta é árdua, mas o legado é inestimável.

10 de outubro de 2007

A cada um o que lhe pertence ...

Che Guevara por José Saramago

“...Che Guevara, se assim pode dizer, já existia antes de ter nascido.
Che Guevara, se assim pode afirmar, continua existindo depois de morto.
Porque Che Guevara é somente o outro nome do que há de mais justo e digno no espírito humano. O que devemos despertar para conhecer e conhecemos, para agregar o passo humilde de cada um ao caminho de todos.”

(Trecho extraído do texto: “Breve meditação sobre um retrato de Che Guevara” de José Saramago – publicado no livro “Che Guevara: contribuição ao pensamento revolucionário” de Manolo Monereo Pérez (2001) – Editora Expressão Popular)


OBS: Não dá para não comentar a Capa da Revista Veja ("que Mentira!") da semana passada. O tema foi pauta de um texto que escrevi para o Portal da CONTEE. Segue o link para quem estiver afim de ler.



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Aos companheiros de profissão e interessados


Recomendo a leitura do
artigo “Reforma da imprensa: a fidelidade que interessa”, de Gilson Caroni Filho – professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa – publicado na Agência Carta Maior. MUITO INTERESSANTE!!!

Com destaque para o trecho:

“A mãe de todas as reformas políticas é a democratização do campo informativo em nome da fidelidade aos mais básicos princípios republicanos. Concentração midiática anda de mãos dadas com concentração fundiária e de riquezas.”

9 de outubro de 2007

Vergonha...

Haveria um milhão de coisas a dizer por aqui só passando os olhos sobre o que foi publicado no dia de hoje nos jornais de grande circulação de São Paulo. Mas decidi falar sobre uma polêmica boba que não sai do Painel do Leitor da Folha: o artigo de Luciano Huck sobre o assalto sofrido por ele em São Paulo. A questão em si é mega complexa. Tenho muitas opiniões a respeito, mas deixo para uma próxima oportunidade.

Agora quero comentar a notícia publicada hoje sobre o policial que poderá ser punido por dizer... a verdade. A matéria “Polícia investiga policial que diz saber de Rolex” (Folha de São Paulo – 09/10/2007 - Leia aqui - só para assinantes) se refere ao investigador Roger Franchini, que enviou uma carta ao jornal, posteriormente publicada, onde afirmava que os policiais até sabem para onde vão os “Rolex” roubados na cidade, mas que recebendo um salário-base de R$ 568,29 não vão arriscar a própria vida por causa disso. Ele está errado? Segundo o delegado-corregedor Francisco Campos, sim. Afinal, o policial teria denegrido a imagem da instituição.

Ora, o que denigre a imagem da instituição é esse salário de fome, a precarização de seu trabalho, a desigualdade social e a concentração de renda deste País. Hoje infelizmente, o que separa o jovem policial do jovem criminoso é o lado do gatilho em que eles estão.

Talvez o que tenha incomodado a Corregedoria da Política Civil de São Paulo tenha sido outro trecho da carta do investigador. O trecho em que ele critica o governador José Serra por manter a polícia paulista na "miséria há 14 anos".

O investigador já teve que prestar depoimento e admitiu ter escrito a carta. Agora poderá ser advertido, suspenso ou demitido.

Isso é perseguição política! Lei da mordaça! E muita, muita hipocrisia!

20 de agosto de 2007

Inaugurando uma nova fase


Não posso deixar de registrar este novo momento em minha vida. As expectativas são todas, e positivas. Frutos de uma projeção, um desejo, uma determinação pessoal. Sinto que estou caminhando, crescendo e sendo feliz, desde já. Porque gradativamente me aproximo do que quero para a minha vida. É de fato apenas um primeiro passinho, uma primeira conquista. Que nada mais é do que uma oportunidade de realizar. E o que mais podemos desejar senão uma OPORTUNIDADE? Mais do que isso não teria graça. É preciso conquistar, somar, fazer por merecer.

Agora uma coisa é interessante. Como quase tudo na minha vida, as “coisas” foram acontecendo. Sem muito planejamento. Mas havia, sim, uma vontade, uma inquietação latente. Que foi força motriz para que estivesse hoje aqui escrevendo sobre isso. Fica, portanto, o registro de um ótimo momento. Cheio de desafios e incertezas, mas muito melhor do que isso, cheio de possibilidades e caminhos abertos.

Redescobertas?
Vale dizer também que o processo de aprendizado pelo qual estou passando tem me despertado os mais diversos sentimentos. Mas em geral todos muito positivos. Vejo, mais uma vez, que é “fácil” desenvolver o intelecto e amadurecer os processos mentais. Mas qual não é o desafio de transferir esse crescimento para o nosso universo emocional? Nossa! É difícil demais. Mas é uma “boa briga”, pois apesar da “culpa” e da “cobrança interior” enorme, a que nós mesmos nos submetemos, cada pequeno passo, cada processo anteriormente impensável, cada gesto diferenciado é uma conquista e um alento para quem descobriu que a direção é a mesma a todos. O que muda é a maneira de chegar lá.

PS: Ah! Começo a correr a partir de hoje!

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20 anos sem DRUMMOND
Não poderia deixar de dedicar um espaço neste humilde e despretensioso ambiente para o marco de 20 anos sem ‘O Poeta’. O Gênio da língua 'portuguesa brasileira'. O mestre da arte de transformar o que é banal em lirismo, com forma e ritmo encantadores, inteligentes.
Por isso, um dos meus poemas preferidos dele:

Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

24 de julho de 2007

A la Drummond ...

Essa mulher sabe tudo ...

COM LICENÇA POÉTICA
Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
Esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
Sem precisar mentir.

Não tão feia que não possa casar,
Acho o Rio de Janeiro uma beleza
E ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina. Inauguro linhagens,
Fundo reinos— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,
Já a minha vontade de alegria,
Sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida
É maldição pra homem.
Mulher é desdobrável.
Eu sou

18 de julho de 2007

LUTO


Todos estão chocados. Mais uma tragédia atinge o Brasil. Menos de 1 ano depois do acidente com o avião da Gol, a aeronave da TAM (vôo JJ3054), vinda de Porto Alegre, caiu na noite de 17 de julho nos arredores do Aeroporto de Congonhas.

Eu que diariamente olho para esta pista, como estou fazendo neste momento, custo a acreditar que centenas de pessoas (e o País todo) foram atingidas por esse acidente. Daqui vejo a pista, na cabeceira do Jabaquara, lado oposto ao local da queda. A vida corre do lado de fora da janela e a vida acaba por lá também. Mortes anunciadas e já imaginadas por todos que um dia já pousaram ou decolaram neste aeroporto. Afinal, não há como não sentir um frio na barriga com a aproximação dos prédios, das avenidas, dos carros e das pessoas que, indiferentes e já acostumadas com o tráfego aéreo, já não olham para o céu.

Mesmo com toda a fé e a convicção que tenho nas razões da existência humana, a emoção é mais forte e não há como se conformar. Não há como não pensar que essas pessoas morreram em vão. Pois, há esperança de mudança? Nosso País, nossas autoridades, os poderosos não são capazes de dar uma resposta à altura de uma desgraça dessa proporção. Se fossem, teriam tomado providências drásticas e efetivas no ano passado, após a queda do avião da Gol.

Para nós resta agradecer por não estarmos lá ou não termos nenhum amigo ou parente naquele vôo. Mas o que resta à mãe que chora e se desespera com a perda de dois filhos adolescentes? O que restará à família e aos amigos das vítimas, além da lembrança de momentos alegres, festivos ou emocionantes?

Será mesmo que este acidente é fruto da fatalidade, que sempre leva a culpa nesse tipo de tragédia? Não havia como evitar? É sobre isso que me questiono. Resignação e revolta. Tristeza e sentimento de impotência. Mesmo vivos e salvos, somos todos vítimas. E choramos.

6 de julho de 2007

Durante a semana ...

"Palavra puxa palavra, uma idéia traz outra,
e assim se faz um livro,
um governo, ou uma revolução".
Machado de Assis

Esta frase tem tudo a ver com o que estou vivendo atualmente. Outra idéia que não me sai da cabeça é: “os pensamentos são sementes”. E são mesmo, viu? Cada dia mais eu acredito nisso. Dêem o nome que for, digam o que quiserem. As freqüências em que vibramos, as energias que atraímos, o bem que praticamos (e o mal também) se manifestam em nossas vidas de um jeito ou de outro. É a tal lei de ação e reação. Assim, recebemos uma responsabilidade enorme. Porque nos tornamos únicos responsáveis por tudo que de fato ocorre em nossas vidas. E é complexo conviver com isso e aceitar essa condição. A tal responsabilidade é pesada e assustadora. Deseje, acredite e receba. Mas atenção, veja lá o que você vai querer!

Lembrei desta música hoje...
Adoro!


Quase sem querer

(Legião Urbana)

Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranqüilo e tão contente

Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que sentia

Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira

Mas não sou mais tão criança
A ponto de saber tudo

Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você

Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos

Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto

Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você

27 de junho de 2007

Há um boato

Além do boato forte sobre o show de comemoração de 10 anos dos Canalhas Ordinários, muita coisa está no ar. Recentemente me disseram que a Humanidade está evoluindo e segue cada dia mais em direção ao BEM. Apesar de não parecer ...
Quero acreditar nisso e estou empenhada. Mas confesso que muitas vezes ainda me espanto com a dose de egoísmo, individualidade e maldade que vemos no mundo. E pior. Me espanto com o que existe dentro de muita gente. Conviver com isso e sobreviver a essa energia sem nos abatermos e sem fraquejar, sem duvidar de nossa própria capacidade de reciclar a dor, o medo e o sentimento de injustiça, não é nada fácil. Há quem não se importe. Há quem nem pense nisso. Mas quem pensa, certamente sofre ou se resigna.
Eu ando assustada com a falta de ética e com as fraquezas difíceis de perdoar. Mas esse é o exercício e sem um bom desafio não temos como crescer e evoluir. Ainda creio que possamos enfrentar as dificuldades sem nos contaminarmos com tanta podridão.
Talvez ninguém entenda o que quero dizer. Talvez ninguém leia. Quem sabe? Digo apenas que sigo em frente e registro que estou tentando ser melhor, desejar o bem e praticá-lo.

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FÉRIAS - que delícia!
As férias foram ótimas! Tão boas que agora não quero mais saber de "vida normal". Quero só a tranquilidade e a paz de quem não "tem que" fazer nada ...

14 de junho de 2007

Tem solução?


Hoje a cidade viveu uma manhã de caos completo. Um começo de dia mais caótico do que o normal na capital paulista. A greve dos funcionários do Metrô ocasiou um recorde no trânsito da cidade. Fui obrigada a desmarcar um importante compromisso, depois de ficar 25 minutos parada na rua de casa. Desisti e dei meia volta.

Diante disso, me pergunto: qual é a solução? O direito de greve, a livre manifestação, o instrumento de pressão de cada um ou de cada categoria são mesmo incontestáveis. Mas qual será o impacto negativo que um trastorno como esse provoca? Por mais compreensiva e solidária que seja a população, as greves no setor de transporte público têm realmente um efeito terrível no cotidiano e atingem a todos. Principalmente, a população mais necessitada, que depende do transporte para tudo mesmo. O Governo se exime de responsabilidade e coloca-se como mais uma vítima - por covardia e jogo político.

Agora, são mais ou menos 11h30 e o anúncio do fim da greve acaba de ser feito. Certamente aos poucos tudo voltará ao normal. Algumas reivindicações foram aceitas pelo Governo e houve negociação com os metroviários. Fica a pergunta: será que não chegou a hora de reavaliarmos nossas posições - de Governo e de manifestantes? Um caos como este não poderia ter sido evitado em esforço CONJUNTO do poder público e dos trabalhadores na negocioação? Ao que parece, a banalização da greve também enfraquece o movimento e os prezuízos à cidade transcedem a briga política.

No final das contas, exigimos da população compreensão e conscientização - por vezes acima do razoável. E isso não é fácil. Afinal, resta ao povo a dura realidade de dificuldades de chegar ao trabalho, em transportes coletivos lotados, mal conservados e caros.

Equilíbrio e responsabilidade, será que é pedir muito?!

13 de junho de 2007

de pernas pro ar!!!


Tô de férias ...
Urruuuuuuuuuuuuuuuuuuul!!!!

Nem acredito! Havia 3 anos que isso não acontecia ... Hahahaha

É por isso que eu sempre digo: "vida de gente grande não é fácil!"

Voltarei em breve com novidades. Vamos ver se mantenho uma atualização mais decente aqui, agora.

Bjs

6 de maio de 2007

Tô fora! Favorito nunca mais!

Será uma tendência ou um acaso? Não sei. Mas é certo que os favoritos só tiveram desilusões nos campeonatos estaduais de futebol em 2007. Será que é espécie de energia negativa que paira no ar desde a Copa do Mundo da Alemanha?

Pelo Campeonato Paulista, os primeiros tropeços foram dos grandes clubes da capital. Corinthians e Palmeiras não conseguiram chegar às finais do torneio, ficaram pelo caminho. Depois veio o pior resultado e o mais doloroso para mim. O São Paulo, como dizem, tomou um chocolate inesquecível e surpreendente, que acabou por embalar o adversário, até então "zebra azul" – São Caetano.

Já o Santos vinha como o maior favorito de todos. Com campanha vitoriosa e exemplar na primeira fase do Paulistão, criou a expectativa do título quase certo desde cedo. Especialmente, após a derrota do São Paulo em pleno Morumbi.

Mas como já disse, os favoritos só sofreram. E após atuações regulares, para não dizer covardes (agora disse!), e uma ajudinha divina, o Santos recebeu o que tem sido devido aos favoritos: uma derrota amarga contra o São Caetano! Seguida de um jogo exaustivo, que causou a perda de dois importantes jogadores com contusões graves. Ou seja, depois de tudo isso, deixou de ser favorito. Estava desacreditado e ferido. E foi exatamente aí, quando tudo parecia perdido, que o destino do Peixe começou a se encaminhar para um final feliz. Fez-se o cenário perfeito do fato consumado e entrou novamente em cena a principal personagem do futebol brasileiro neste ano: a superação!

Parabéns ao Santos, que apesar de minha "torcida-contra", recebe hoje o título de Campeão Paulista 2007. E parabéns também à trajetória do São Caetano, que teve a infelicidade de torna-se favorito bem na hora da decisão – condição fatal!

Sigo com fé... vem aí São Paulo X Grêmio, em POA
Vale o registro de que apesar da vitória do Grêmio, que conquistou do Campeonato Gaúcho, neste domingo, vencendo o Juventude, por 4 a 1, tenho fé de que o São Paulo fica com a vaga para a próxima fase da Copa Libertadores da América. Afinal, se der a lógica, quando tudo está dando certo, algo dá errado. Então, temos chances em Porto Alegre.

20 de março de 2007

Só CDA pra compreender o mundo ...


Os ombros suportam o mundo

"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas dos teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue,
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."

Carlos Drummond de Andrade


Ok. Eu sei que é preciso ter tranquilidade, esperança e otimismo. Mas tem dia ... que vou te contar. Pra estes momentos, nada como CDA na veia, respirar fundo e dormir cedo!

19 de março de 2007

Não digo mais nada!

Ok. Nem eu me levarei mais a sério...

Embora a intenção do último Post tenha sida verdadeira, eu não consegui cumprir - naaada. Uma vergonha, admito. E uma constatação: os compromissos mais difíceis de cumprir são aqueles que estabelecemos com nós mesmos. Ao menos para mim. E chegar a essa conclusão não é bom. Mas é bem comum e compreensível, o que não deixa de ser um alento.
Portanto, estou aqui para um mea culpa básico e tb pra não prometer nada. Hehehe ... Digo apenas que vou tentar, ok?

Aí, como boa geminiana, tenho muuuuitas coisas acontecendo. Ao menos dentro dessa minha caixola a mil por hora. Aos poucos vou contando e compartilhando as indagações existenciais que tenho descoberto dentro de mim. Uau! Hahahaha ... menos ... menos ...
Bjs