17 de fevereiro de 2008

Ao meu amigo querido e inesquecível ...

Penso diariamente no que escrever aqui para você. Este Post lhe era devido desde a sua formatura, quando prometi que faria um texto especial para me redimir da ausência na festa. Ainda não consigo me perdoar por não ter vivido esse momento com você. Mas foi um aprendizado também. Por isso, com o coração partido, lhe agradeço por ter me ensinado que nunca devemos deixar de estar perto de quem amamos, em toda e qualquer oportunidade.

De qualquer forma, você me cobrou o texto e agora está aqui. Não sei se é tarde, talvez não. Mas dói mesmo assim. Nada do que expresse aqui poderá dimensionar o meu amor por você, o carinho imenso que eu sinto, nem mesmo será capaz de fazer jus à importância que você tem para mim, querido.

Nos últimos 45 dias, percorreram as minhas lembranças imagens de todas as épocas. Doces recordações, que têm um ponto em comum: o seu sorriso. Ele sempre esteve lá comigo, desde os 9 anos de idade, quando nos conhecemos. As primeiras conversas com aquele menino, o Cesar Augusto, gordinho, de óculos, apelido: “papa bolinha”. É você sabe que sempre foi o rei dos apelidos.


Depois, a infância que se despedia e deixava surgir os primeiros raios da juventude, os primeiros amores, os amigos inesquecíveis. Melhores amigos da 5ªH, os bailinhos, a caixa de bombom da Brunella, o SPFC, o surgimento do “Pato”. Seu irmão que herdou o apelido, no diminutivo, é claro, e virou nosso mascote.

E a nossa adolescência? Foi divertidíssima e livre. As preocupações não nos impediam de ser feliz e o maior objetivo era a próxima balada. A viagem para Vinhedo, a Tia Telma pedindo para gente “cuidar do seu garotão”. Nossa como isso rendeu, lembra?! As conversas pela madrugada, os passeios de buguinho, as jogs, as micoses, o susto que a gente levou na cozinha. Lembro de cada detalhe. Até da gente assistindo “Babe – o porquinho trabalhão”. Hahahaha...

E o quanto rimos, né? Foram 10 anos em um, cada dia um novo acontecimento. E seu sorriso sempre lá. Nesta época com lentes de contato azuis e o inseparável “Listerine” no bolso. As micaretas paulistanas: Gueri-Gueri, CarnaSampa, Folia na Faria. E o que a gente brigava, se xingava e no fim caia sempre na risada.

Depois você quis se dar bem lá no Coral e viajar para África com a gente. Lá estávamos nós nos ensaios, apresentações, você tentando acompanhar os “Barbatuques”. Hilário, né? Sempre dividido e transitando solto e descontraído entre os amigos mais “playboyzinhos” do Grêmio e os “nerds” do Coral. Querido por todos. Ah! Mas a viagem não saiu. E você dizia: justo na “minha vez”?

E quando fomos expulsos da aula de matemática pelo professor Marcondes? Nossa, eu não podia acreditar. E você? Dava risada. E quando passava buzinando na frente do meu prédio de madrugada? Eu acordava. Sabia que era você.

Veio o fim do colégio, o cursinho. E lá estávamos nós, relutando para entrar nessa vida “adulta”, a vida das escolhas, dos caminhos difíceis, dos desafios. Comendo esfira ao lado do Anglo, saindo vez ou outra. A carteira de motorista e a independência, o Fiat Tipo do seu pai, o seu golzinho vermelho.

O meu amigo que ia ser médico. Eu já sabia disso há muitos anos. Neuro-cirurgião, lembra? Acho que isso foi antes de você descobrir o quanto isso era difícil. Hehehe... Você foi para Ribeirão. Nos falávamos ao menos 2X por ano: no Natal e no seu aniversário. Porque do meu você só lembrava alguns dias depois. Hehehe...

Passado alguns anos, nos reencontramos no seu apartamento em São Paulo. Que delícia! Havia tanto tempo que não nos víamos, mas era como se o tempo não tivesse passado. Tantas mudanças, tantas dificuldades enfrentadas, algumas dores. Mas o tempo dos amigos é diferente, ele preserva o sentimento, a cumplicidade, o valor daquele amor. Foi quando você conheceu o Fábio. Foram horas e horas de papo e o seu sorriso estava lá. Agora com sotaque mais caipira.

Em seguida, veio o meu casamento. A sua presença atrasada no meu chá-bar, quando conheci a Lelê – uma menina encantadora! E taurina!!! Sua mensagem no caderninho, desejando a nossa felicidade e alegria. Uma relíquia para mim.

O meu casório que lhe rendeu 3 multas na estrada (soube disso agora). A sua presença lá, o seu abraço, o seu carinho, o seu testemunho, a sua benção, os girassóis e o seu sorriso estava lá, junto comigo, meu parceiro.

Nos encontramos mais uma vez em Sampa, com o Newtinho e a Cris. Éramos velhos amigos, bebendo e relembrando as nossas aventuras, os nossos anos incríveis. Foi a última vez que te vi...

Quando recebi o seu convite de formatura chorei. Foi uma emoção tão grande vê-lo ali de branco, feliiiiiiiz, aliviado! Aquela sensação de missão cumprida estampada no rosto. Escrevi para você por e-mail, que eu estava orgulhosa e muito contente por ter conhecido aquele menino, que aparecia na foto com o Blusão do “M” e lancheira. Pensei em comprar-lhe uma caneta, enviar-lhe flores, bombons ou champagne. Disse que fazia questão de recebê-lo aqui em casa para um jantar especial...

Para todos nós, você partiu cedo demais. Mas também sei que está mais perto do que imaginamos. Sei que seu carinho estará sempre presente. Sei que seu sorriso continuará sempre comigo. E quando nos reencontrarmos será como sempre foi: como se o tempo não tivesse passado, como se as dores desaparecessem, como se a vida fosse um detalhe, pois o que nos vale mesmo é aquilo que sentimos, o amor verdadeiro. Hoje, dia 17 de fevereiro de 2008, você completa (ria) 27 anos. Mas não quero que seja um dia triste. O Fábio fará um show especial de 10 anos dos Canalhas Ordinários, dedicado a você, e estarei ali o tempo todo vibrando muito amor e paz para ti. Este será para sempre o dia de lembrar com mais intensidade da alegria que você transmitia aos seus amigos e familiares. Será eternamente como um dia de tributo à amizade, dia de dizer que eu te amo e que o nosso reencontro será muito feliz.

Peço a Deus que cuide de você, que a paz e a serenidade preencham o seu ser e que você continue o seu caminho de evolução, seguindo sempre as diretrizes da alegria, do amor e da amizade. Daqui lhe devoto todo o meu carinho e minhas preces sem fim. A saudade já está doendo, mas o amor e a certeza de que você está cumprindo a sua missão me fazem saber que vai valer a pena esperar para estar novamente com você. Deus te proteja.

Um beijo no coração!
Dani

8 de janeiro de 2008

Saudade eterna ...

“Imagine que você está à beira mar e vê um navio partindo. Você fica olhando enquanto ele vai se afastando, cada vez mais longe, até que, finalmente, parece mais um ponto no horizonte, lá onde o céu e o mar se encontram. E você diz: Pronto ele se foi... Foi aonde? Foi a algum lugar onde sua vista não alcança. Só isto. Ele continua grande, tão bonito e tão importante como era quando estava perto de você. A dimensão diminuída está em você, e não nele. E naquele exato momento em que você estará dizendo ‘ele se foi’, há outros exclamando em jubilo: ele está chegando”.

Hora de viver a fé.


Obrigada pela mensagem, Cris!