9 de novembro de 2011

Uma estrada de tijolos amarelos?

Não. Decididamente a maternidade não é uma estrada de tijolos amarelos como aquela do clássico Mágico de Oz. Muitos são os desafios, as rotas e as armadilhas do caminho. Quando nos lançamos nessa jornada, em geral, temos lá nossas convicções e escolhas predefinidas. Muitas não mudam, outras se mostram dezenas de vezes mais difíceis do que pareciam, outras, definitivamente, impossíveis.

Logo de cara, uma grande prova se coloca para as mães: a amamentação. Aquela imagem idílica de um bebezinho rechonchudo, calmo e apaixonado, que se aconchega languidamente ao seio materno e sorve com carinho seu alimento, é mesmo perfeita para os comerciais de margarina. Mas não se parece, de modo geral, com o que acontece na realidade – especialmente nos primeiros momentos.

E isso não quer dizer que amamentar seja sempre difícil, doloroso ou sacrificante, pois não é. Mas quer dizer que é preciso estar informada e, acima de tudo, é preciso se entregar de corpo e alma para essa experiência. E, para isso, não há outro jeito, você tem que estar consciente e convicta da importância do aleitamento materno.

O impacto dessa decisão terá conseqüências determinantes para a construção imunológica do seu bebê, para a saúde e a segurança do seu crescimento e será fundamental para nutrir física e emocionalmente o seu filho, por toda a vida. Por essas e outras, amamentar nunca foi uma opção para mim. E sim uma função inerente à maternidade, uma etapa, além da gestação.

Nos primeiros dias, é tudo novo, estranho, tenso. Assim foi comigo. Bicos doloridos, peito cheio, incertezas. Todos os livros, conselhos e informações sumiram da mente. Eu me senti bem perdida. Acho que foi uma grande mistura de medo com hormônios a mil.

O que me ajudou? Primeiro o apoio incondicional do meu companheiro. Segundo, a orientação amorosa de ótimas e queridas profissionais. Acho que foi a combinação perfeita, que aos poucos me ajudou a conhecer o meu bebê, o meu corpo e as nossas necessidades.

Ainda assim eu pensava, diversas vezes: quando é que amamentar se tornará um prazer? Esse dia chegou. Demorou um pouquinho, mas valeu cada minuto de superação. Então, descobri que, além de gerar e parir, ver um filho crescer graças ao nosso leite é uma felicidade incomparável.

Até hoje foram seis meses de aleitamento materno exclusivo e mais oito de aleitamento complementar. Totalizando um ano e dois meses de amamentação, feliz e plena, sem data marcada para terminar. Sei que ao amamentá-la ofereço muito mais do que um alimento saudável e rico, ofereço carinho, amor, cumplicidade e segurança. E assim será até quando for bom para mim e para ela.

Assim, recomendo a quem deseja atravessar essa linda etapa da estrada da maternidade (que não tem mesmo só tijolos amarelos) que traga na bagagem a certeza de que, por maiores que sejam os obstáculos, essa travessia será absolutamente recompensadora.

(Publicado originalmente no Blog Papo de Berçário - dia 09/11/2011)

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