18 de julho de 2007

LUTO


Todos estão chocados. Mais uma tragédia atinge o Brasil. Menos de 1 ano depois do acidente com o avião da Gol, a aeronave da TAM (vôo JJ3054), vinda de Porto Alegre, caiu na noite de 17 de julho nos arredores do Aeroporto de Congonhas.

Eu que diariamente olho para esta pista, como estou fazendo neste momento, custo a acreditar que centenas de pessoas (e o País todo) foram atingidas por esse acidente. Daqui vejo a pista, na cabeceira do Jabaquara, lado oposto ao local da queda. A vida corre do lado de fora da janela e a vida acaba por lá também. Mortes anunciadas e já imaginadas por todos que um dia já pousaram ou decolaram neste aeroporto. Afinal, não há como não sentir um frio na barriga com a aproximação dos prédios, das avenidas, dos carros e das pessoas que, indiferentes e já acostumadas com o tráfego aéreo, já não olham para o céu.

Mesmo com toda a fé e a convicção que tenho nas razões da existência humana, a emoção é mais forte e não há como se conformar. Não há como não pensar que essas pessoas morreram em vão. Pois, há esperança de mudança? Nosso País, nossas autoridades, os poderosos não são capazes de dar uma resposta à altura de uma desgraça dessa proporção. Se fossem, teriam tomado providências drásticas e efetivas no ano passado, após a queda do avião da Gol.

Para nós resta agradecer por não estarmos lá ou não termos nenhum amigo ou parente naquele vôo. Mas o que resta à mãe que chora e se desespera com a perda de dois filhos adolescentes? O que restará à família e aos amigos das vítimas, além da lembrança de momentos alegres, festivos ou emocionantes?

Será mesmo que este acidente é fruto da fatalidade, que sempre leva a culpa nesse tipo de tragédia? Não havia como evitar? É sobre isso que me questiono. Resignação e revolta. Tristeza e sentimento de impotência. Mesmo vivos e salvos, somos todos vítimas. E choramos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Só pra variar, vc escreveu muito bem o que muita gente (inclusive eu) está sentindo neste momento... Fico angustiada de pensar que esta tragédia poderia ter sido evitada... Mas, será que podia mesmo?

Daniele Moraes disse...

Juju, seja muito bem-vinda e volte sempre! hehehe...
É, querida, vc tem razão. Acho que não poderia. Afinal, nada é por acaso, não é mesmo?
Mas, confesso, acho que foi tb fruto da negligência e da irresponsabilidade de alguns. E de certa passividade de todos nós. Será que não deveríamos esperniar, gritar, exigir, protestar?
O jeito é orar e vibrar por todos, em busca de confortar as dores desta ferida.
Bjs

Rodrigo Barneschi disse...

Dani,

Não tem nada de fatalidade. É infelizmente, e pelos motivos todos que nos foram apresentados, algo que aconteceria cedo ou tarde.

Quem explica toda essa negligência, hein?

Nessas horas, eu só consigo pensar nas famílias destroçadas, nos sonhos que deixam de existir assim de uma hora pra outra...

Triste, muito triste...

Beijos

Anônimo disse...

É difícil falar em culpados em momentos como esse. Acredito que Congonhas deveria ser destino apenas de pequenas aeronaves e com um intervalos bem maiores entre pousos e decolagens. Que Deus olhe por essas famílias e receba bem essas almas que nos deixaram!