31 de agosto de 2011

Um conselho para mim

Há alguns dias me perguntaram qual conselho daria a mim mesma se pudesse voltar ao passado, pouco tempo antes de minha filha nascer. Pensei muito. Diversas coisas vieram à minha cabeça.

Talvez eu dissesse que deveria curtir mais e me preocupar menos com tudo. Diria para ter paciência comigo mesma, pois eu também estaria aprendendo. Diria que tudo ia dar certo!! Diria que viveria os melhores dias da minha vida. Diria que seria muito melhor e muito pior do que eu imaginava…
Eu diria para pedir ajuda e me preparar melhor para os primeiros dias. Diria para ter um pequeno estoque de comidas saudáveis, prontas e congeladas no freezer… (rsrs). Mas uma frase fez mais sentido do que todas e tive certeza de que diria a mim mesma: prepare-se, tudo vai mudar… para melhor!!

E assim tem sido. Nesses primeiros dias de setembro minha filha completa um ano. Ela chegou com a primavera, trazendo novas flores e seus espinhos. Virou minha vida de cabeça para baixo. Como diz a canção de Adriana Calcanhoto: “nada ficou no lugar…”. E, acredite, o impacto dessa constatação na vida de uma taurina – como eu – é extremamente importante. A rotina, a estabilidade e a segurança são como combustíveis para vivermos.

As mudanças começaram pela rotina, a privação de sono, a dedicação exclusiva e intensa a um único e pequeno serzinho. O dia-a-dia de cuidados e amamentação é pesado, especialmente no começo (agora, amamentar já é só prazer!). E, a partir daí, todo dia é segunda-feira, manja? Apesar disso, as minhas segundas passaram a ser ensolaradas e alegres, sempre, faça chuva ou faça sol. Acordar diariamente com aquela vozinha, balbuciando, é bom demais. E por mais que muitas vezes eu pense: “mas já? É tão cedo ainda! Queria mais cinco minutinhos”, vou contente buscar meu bebê e aconchegá-la ao peito.

Contudo, as transformações foram muito mais intensas dentro de mim. Aquela Daniele de antes da maternidade não existe mais. Aquela mulher, cheia de certezas e ideais, agora tem um mar de questionamentos, mas tem também convicções ainda mais fortes! Essa nova pessoa que me tornei ainda é um tanto desconhecida, nebulosa. Às vezes é calma, segura e sorridente. Às vezes é brava, irritadiça e reclamona. A mãe que venho me tornando não é nem de longe perfeita como eu idealizei, mas é certamente a melhor que posso ser. Porque os filhos nos fazem querer ser melhores e, por isso, mudar é inevitável.

A doação integral é outra lição da maternidade. De repente, nos desapegamos dos nossos desejos e passamos a querer apenas a saúde e a felicidade dos pequenos. Quando nos damos conta disso, percebemos que tudo virou mesmo de ponta cabeça. Uma coisa é certa: a vida, vista por esse novo ângulo, é muito mais feliz e completa. Um brinde a essa plenitude! Obrigada, minha filha! Tim, tim!

(Publicado originalmente no Blog Papo de Berçário - dia 31/08/2011)

Nenhum comentário: