23 de maio de 2006

Como uma onda ...

Não sei se fomos treinados ou se faz parte de nossa essência, mas é fato que percebemos e valorizamos essa fluência cíclica da vida. E assim seguimos. Prestigiando as comemorações anuais, marcando a passagem do tempo, celebrando e envolvendo o maior número de pessoas possível nisso. Para complicar ou amaciar tudo, a idéia é transformar esse ritmo constante da existência num bololô (embrólio, mix, liquidificador) afetivo. Sim, porque veja bem: esses rituais (religiosos, sociais e até comerciais) só têm mesmo valor se forem compartilhados com muita gente. Família e amigos são fundamentais, mas é claro que agregados e colegas podem ter um papel de destaque.
Essa não é uma constatação nada inovadora ou surpreendente. Mas fica mais evidente quando se apresenta de forma tão categórica como aconteceu comigo neste ano. Meu 25º aniversário, meu quarto de século, meu pedaço de pizza foi realmente simbólico.
Não é segrego pra ninguém que conheço e, mais que isso, gosto de observar o comportamento humano pelo prisma da astrologia. Sem entrar no mérito da discussão científica X esotérica, apenas levando em conta a análise, vale explicar que a cada ano temos uma nova configuração astrológica, baseada na posição dos astros no dia do nosso aniversário. Isso é chamado de “revolução solar” e propõe influências e energias que devem “reger” esse período. Ainda não consultei as minhas bruxinhas astrais, mas a teoria me ajuda a confirmar a tese de que mesmo inconscientemente a vida é formada por ciclos - determinados e delimitados com perfeição. Creio que, por vezes, essas fases coincidem com nossas celebrações. Foi o meu caso. Na última quinta-feira um desses ciclos se encerrou de uma forma contundente. Ok. Ok. Vamos aos fatos. Exatamente no dia 18 de maio de 2006 marquei um ponto final. De papel passado, carimbado e protocolado. Foi até engraçado. Foram três anos (e alguns meses) de aprendizado. Em todos os sentidos. Uma vivência completamente paradoxal: o que fazer, o que não fazer, como agir, o que procurar. Luta e redenção. Segurança e liberdade. Certo e errado. Justo e injusto. Dedicação e desprezo. Procurei nortear cada passo e atitude seguindo os meus valores, mantendo minha dignidade. Foi difícil, mas crescer é isso. Simbolicamente encerrado esse ciclo, começo a viver coisas novas, outros desafios, outras expectativas, outras aventuras. Seja o que Deus quiser!!!

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Fatos da Semana
- Fiquei indignada com a notícia de que o Masp teve a luz cortada por falta de pagamento. Que absurdo! Nunca deixarei de me impressionar com a perversa realidade do país. O nosso museu mais equipado, Lina Bo Bardi, símbolo da cidade, edifício notório da mais importante avenida da maior cidade da América Latina. A educação como está. O poder público como está. A juventude como está. A cultura como está. E ainda não sabemos porque facções criminosos tomam conta do país. É surreal. E triste.

- Assisti “Vinícius”. Homem. Poeta. Compositor. Que brasileiro! Da boemia. Do violão. Do samba. Da paixão.

“Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo
Levará você de mim.
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe,
Pois todo o grande amor
Só é bem grande se for triste.
Por isso, meu amor,
Não tenha medo de sofrer.
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você.
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você”
(Eu não existe sem você – Tom e Vinícius)

- Vida de gente grande não é fácil - uma constatação.

4 comentários:

Rodrigo Barneschi disse...

Devo confessar, Dani, que fico meio perdido com essa história de astrologia, ciclos e tal. Você sabe que eu não levo muito a sério. Respeito e tal, mas é só. E fiquei meio confuso agora - talvez por falta de repertório. Comecei a ler o texto pensando que era algo sobre o seu aniversário, mas aí pareceu ser outra coisa. Também sobre o aniversário, mas tem algo mais aí... estou errado?
Enfim, gosto dessas coisas enigmáticas...
Beijos

Daniele Moraes disse...

Tem algo mais, sim, Rô!!! Talvez nada tenha de enigmático, mas certamente é simbólico! Naquele dia, assinei a papelada de recisão do meu antigo trabalho (you know...). Para mim foi como um rito de passagem, sei lá! Como não acredito em coincidências, me pareceu muito significativo!
E sobre os astros. Não precisa acreditar, mas se um dia tiver interesse, conversamos mais sobre o assunto. Você vai achar no mínimo intrigante!!!
Um beijão!
Dani

Anônimo disse...

Lindo!!!!!!! Amei!!!!!!

Ser gente grande é difícil né? Fique tranquila, estarei sempre do seu lado para te apoiar em tudo!!!
Quanto a astrologia, FERROU, há alguns estudiosos dizendo que "Plutão não é um planeta". E agora, como fica os mapas astrais de todo mundo???

Te amo!!!

Beijocas!!!!

Daniele Moraes disse...

Ih, Fô!
Assim vc me detona!
Vou procurar me informar sobre isso!!!
Beijocas!
Dani